Preexistência de Cristo
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A preexistência de Cristo significa sua existência antes da encarnação.
Índice

1 História
2 A doutrina da Trindade
3 Ebionismo
4 Testemunhas de Jeová e Adventistas
5 Unitários
6 Referências

História
O conceito da preexistência de Cristo, foi encontrado na maioria dos escritos patrísticos antes mesmo dos concílios que fixaram a forma da doutrina da Trindade, no século IV.

A doutrina da Trindade

A doutrina da Trindade ensina que Cristo existiu desde toda a eternidade. Para a grande maioria dos católicos e protestantes as seguintes passagens estabelecem claramente a preexistência e eternidade de Deus Filho:
“No principio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (João 1:1).
“Eu desci do céu” (João 6:38).
“E agora, Pai, glorifica Tu a mim, tu mesmo, com a glória que eu tive contigo antes que o mundo existisse” (João 17:5).

Ebionismo

Os Ebionitas negavam a encarnação miraculosa, e negavam o nascimento virginal, e naturalmente negavam também a preexistência de Cristo.
[editar] Testemunhas de Jeová e Adventistas
A Sociedade Torre de Vigia e a Igreja Adventista do Sétimo Dia aceitam a doutrina da preexistência de Cristo, mas como um ser subordinado ou arcanjo. O arcanjo Miguel é identificado como Cristo.

Unitários

O unitários dos Séculos 16 e 17 tinham opiniões diferentes sobre a preexistência de Cristo. Alguns tinham opiniões semelhantes às Testemunhas de Jeová. Outros acreditavam que Jesus não existia antes, por exemplo, o Socianismo. Nos séculos 19 e 20 a maioria dos unitaristas também abandonaram a crença no nascimento virginal. O único grupo significativo de hoje que aceita o nascimento virginal, mas nega a preexistência de Cristo são os cristadelfianos. Eles entendem os versículos que dizem que Cristo desceu do céu como se referindo apenas à sua concepção milagrosa. A idéia comum sustentada de que Jesus estava vivo antes de sua concepção aqui na terra, faz surgir uma série de perguntas acerca de sua natureza. É possível ser um humano em algum sentido significativo se você não se origina no ventre de sua mãe? Se esta “origem” foi na eternidade, como poderíamos atribuir uma natureza humana verdadeira a Jesus, visto que Ele possuía uma outra natureza? Veja o que disse um destacado erudito bíblico: “Podemos ter a humanidade [de Cristo] sem a preexistência e podemos ter a preexistência sem a humanidade. Não se pode absolutamente ter ambas as coisas”. (John Knox, A humanidade e a divindade de Jesus (Cambridge University Press, 1967, 106).
Se o Filho de Deus foi realmente um ser que se modificou a si mesmo em sua natureza (ou foi modificado por Deus) a fim de ingressar na raça humana através de Maria, Ele claramente pertence a um estado de categoria imensamente diferente do resto da humanidade.
Há outras considerações: O Messias, de acordo as escrituras seria um descendente do Rei David e de Abraão (Gálatas 3:16) e a semente da mulher (Gen. 3:15). Paulo fala constantemente de Cristo como o Último Adão (homem). Se Ele existiu como pessoa antes de sua concepção, em que sentido Ele pode ser uma “PESSOA HUMANA REAL”? As escrituras não colocam Jesus em uma classe de ser cuja origem esteja fora do ventre humano. Nossa concepção é que a evidência freqüentemente citada em toda a bíblia, sobre as passagens de João mais utilizadas para crer numa preexistência literal do Messias, não se pode sustentar sobre um exame cuidadoso dessas passagens.
Nós temos que fazer uma investigação das evidências escriturísticas em comparação com toda a bíblia e existe o problema também de nossas traduções padrão, que são preconceituosas favorecendo a “ortodoxia” que nos estimula a ler nosso Novo testamento através das lentes dos concílios romanos posteriores.

QUANDO NASCEU JESUS, NA ETERNIDADE OU NO VENTRE DE MARIA?

Lucas não acreditava em um eterno Filho preexistente. O Filho foi sobrenaturalmente concebido na história quando Maria ficou grávida. Lucas 1:35 nos informa que este ato criativo de Deus trouxe à existência o Filho de Deus. Não houve, portanto, O Filho de Deus, até o milagre ser realizado por Deus em Maria. O Filho de Deus foi gerado POR Deus, quando Elizabeth, prima de Maria, estava grávida de seis meses. Observe atentamente que NÃO DISSE: O filho foi gerado “DE” Deus (NA ETERNIDADE), mas O Filho foi gerado “POR” Deus (NO VENTRE DE MARIA).
Nenhum discurso objetivo é possível sem uma exata caracterização do motivo a partir dos testemunhos bíblicos. O centro de gravidade está no “fato da virgindade de Maria”, isto é, no fato de a virgem ter concebido Jesus sem qualquer concurso viril. Em foco está o milagre, através do espírito Santo, apresentado este, não como SUBSTITUTO DO VARÃO, mas como PODER CRIADOR DE DEUS. Conseqüentemente, não se trata de uma “fecundação” ou “GERAÇÃO DIVINA”, mas de uma “GERAÇÃO HUMANA MIRACULOSA”. Uma concepção virginal, por mais miraculosa que seja, de per si, não implica a idéia de “geração divina”, por isso o motivo cristão [no caso da concepção virginal] não está em paralelo com o motivo pagão, exclusivamente centrado em uma geração divina, nem derivável da concepção judaica do antigo testamento de filiação divina. A concepção virginal de Jesus não possui paralelo nem precedente, na tradição bíblica, nem no judaísmo. Em resumo, a concepção virginal de Jesus é algo totalmente novo e inesperado, sem qualquer paralelismo no judaísmo ou no paganismo. Os paralelos não-biblicos nos falam de casamentos de DEUSES COM HUMANAS, completamente diferentes da idéia bíblica de uma concepção virginal.
Como Deus realizaria o ato de gerar Seu Filho? Isso foi feito quando o Espírito Santo (PODER DE DEUS – não uma terceira pessoa de uma suposta trindade), cobriu [OFUSCOU] Maria. Como um resultado direto dessa concepção virginal Jesus é chamado de Filho de Deus. O Filho não preexistiu como Filho nem como um outro ser. O Filho é a expressão visível pré-ordenada de Deus. Não havia Filho de Deus, até o Messias ser concebido na história.
Outro reconhecimento sincero de que Lucas não pensou em Jesus como alguém preexistindo a seu nascimento vem de um destacado erudito Católico Romano, chamado Raymond Brown. Ele enfatiza o fato de que Mateus e Lucas “não mostraram conhecimento da preexistência”.
Brown ensina que o conceito tradicional da preexistência significa que a concepção de Jesus foi o rompimento de uma existência como Deus e o começo de uma carreira terrestre, como homem porém, não na geração do Filho de Deus. Com referência a frase “pelo que” em Lucas 1.35, Brown diz que ela “envolve uma certa causalidade”. A Filiação de Jesus provem da milagrosa concepção. Isto, diz ele, é uma vergonha para muitos teólogos ortodoxos porque na teologia encarnativa tradicional uma concepção pelo espírito santo não provoca a existência do filho de Deus. Brown logo faz referência a teólogos que “tratam de evadir da conexão causal “pelo que” em Lucas 1.35 por meio de argumentar que a concepção de um filho não traz à existência ao Filho de Deus”. Os relatos do Evangelho freqüentemente indicam a humanidade de Maria. Cristo teve que repreendê-la pelo menos três vezes por falta de percepção espiritual (Lucas 2:49; João 2:4); ela falhou em entender tudo o que ele dizia (Lucas 2:50). Isto é exatamente o que nós esperaríamos de uma mulher com natureza humana, cujo filho era o Filho de Deus, e por isto, mais espiritualmente perceptivo do que ela, embora também ele compartilhasse a natureza humana. José teve relações sexuais com Maria depois do nascimento de Cristo (Mateus 1:25), e não há razão para pensar que eles não tiveram um relacionamento conjugal normal a partir de então. Desta forma a menção da “mãe e irmãos” de Cristo em Mt. 12:46 e 47, implica que Maria teve outros filhos depois de Jesus, tendo sido ele, apenas, “seu primogênito”. Os ensinos católicos de que Maria permaneceu virgem e depois ascendeu aos céus absolutamente não têm apoio bíblico. Como um ser humano de natureza mortal, Maria envelheceu e morreu; Fora disto, nós lemos em João 3:13, “ninguém subiu ao céu”. O fato de que Cristo tinha natureza humana (ver Hb. 2:14-18; Rm. 8:3) significa que a sua mãe também teve a mesma natureza, visto que o seu Pai não teve.

Mateus também narra o “nascimento” de Jesus. Trinitários incomodados com a palavra original “gênesis” [origem, criação], a trocaram por “gennesis” [geração]. MATEUS 1:18.
Enquanto a maioria dos manuscritos mais antigos está de acordo com a tradução: A ORIGEM [ou o COMEÇO, GENESE] DE JESUS CRISTO, ambas variações [gênesis e gennesis] estão presentes na tradição textual. Isto implica que não foi um simples erro de ortografia ou coincidência da parte dos escribas. Mateus começa seu evangelho detalhando o “livro da genealogia (genesis) de Jesus Cristo”, o que torna mais provável a continuação descritiva de uma origem (gênesis). Por isto a maioria dos eruditos textuais concorda que “NASCIMENTO” representa uma corrupção textual. (Gênesis, linhagem, nascimento (de ginomai, vir a ser). Ver Dicionário Vine – NASCIMENTO C1).
Ao mesmo tempo, algo mais profundo pode estar passando aqui. Ambas as palavras GENESIS (COM UM N) E GENNESIS (COM DUPLO N), podem significar “nascimento, origem”, sendo apropriada a este contexto. Então, por que os escribas parecem resistir à descrição original de Mateus como “gênesis” de Jesus? A resposta se contesta a si mesma. O texto original claramente nos diz que foi precisamente neste momento que Jesus veio a existir [SE ORIGINOU]. É fato que na narração de Mateus, aqui ou no restante do livro, não há sugestão de que Cristo existia antes de seu nascimento. Isto coaduna exatamente com a promessa que o Messias seria da “semente” [sperma=descendência=raça] da mulher [Gen. 3:15], sendo profeta como Moisés, descendente do Rei David. Deus, em um preciso momento na história humana, COMEÇOU a história de seu único Filho. A “concepção” de Jesus no útero de Maria também é prova de que ele não poderia existir fisicamente antes daquela época. Se nós “concebemos” uma idéia, ela começa dentro de nós. Da mesma forma Jesus foi concebido dentro do útero de Maria – ele começou ali como um feto, exatamente como qualquer outro ser humano.